D. SEBASTIÃO
REI DE PORTUGAL
Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?
Fonte
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Página 116
Leitura | Compreensão
1. A – 2; B – 4; C – 1; D – 3.
2. Segundo o sujeito poético, a sua loucura é produto da sua ambição, do seu sonho de
“grandeza” que a “Sorte” (o destino) não dá sem que se empenhe algum esforço na sua
concretização.
3. A utilização da primeira pessoa denota a identificação do sujeito lírico com a
personagem histórica a quem o poema é dedicado. Assim, o discurso adquire maior
credibilidade e valoriza-se a dimensão do herói, a partir de cujo exemplo se abordam
valores humanos universais.
4.1. Marcas do discurso épico: matéria histórica protagonizada por um herói nobre (social
e moralmente). Marcas do discurso lírico: a utilização da primeira pessoa verbal, a
subjetividade na apresentação da realidade, mediada pela perceção do “eu”, e a forma
fragmentária.
...
Gramática
1. “minha certeza” – sujeito; “não coube em mim” – predicado; “em mim” – complemento
oblíquo.
...
Página 117
Oralidade
1.1. O Sebastianismo enquanto ideologia em que, ao longo do tempo, se inverteram as
proporcionalidades de história e mito. D. Sebastião foi perdendo relevo e concretude
histórica e ampliando a sua dimensão de figura mítica, simbolicamente associada ao
regresso ou chegada de salvadores, em épocas de crise.
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