Mensagem - Segunda Parte - Mar Português
O INFANTE
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra
inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
Fonte
.....
Página 118
Pré-leitura
1.1. O Infante D. Henrique representa o sonho de renovação concretizado. A utilização da
sua imagem na campanha publicitária pretende dar importância e grandeza à iniciativa.
Com a tónica posta no empreendedorismo do Infante, promove-se o empreendedorismo
que se procura para a empresa.
Página 119
Leitura | Compreensão
Poema “O Infante” gravado e respetiva transcrição disponível nos Recursos do Projeto.
1. O Infante D. Henrique foi o impulsionador das descobertas marítimas portuguesas.
Nesse sentido, cabe-lhe o papel de protagonista primeiro da “Possessio Maris” (posse do
mar) anunciada na epígrafe da segunda parte.
2. O primeiro verso do poema, de natureza axiomática, apresenta a “obra” como
consequência das ações de Deus e do Homem. Os grandes feitos são revelações –
teofanias – de Deus através do homem. Os restantes versos exemplificam, com o caso
do Infante, a teoria enunciada no verso 1. Assim, o desejo de Deus foi o de que “a terra
fosse toda uma” e “Que o mar unisse, já não separasse” (vv. 2-3). Para isso, inspirou o
Infante, escolhendo-o para essa missão (“Sagrou-te”, v. 4). Ele correspondeu e foi
“desvendando a espuma” (v. 4), ou seja, explorando o mar; desse modo, a obra nasceu.
3. “Que o mar unisse, já não separasse” (v. 3), “até ao fim do mundo” (v. 6), “a terra
inteira” (v. 7).
4. O complexo verbal apresenta a ação como uma continuidade, como algo que não se
concretizou de uma só vez, mas sim de modo progressivo.
4.1. A gradação associada à atuação do Infante D. Henrique: começou por desvendar
“ilhas(s)” e “continente(s)”, chegando ao “fim do mundo”, desenhando, assim, os
contornos da “terra inteira”.
5. Nos dois últimos versos, em tom disfórico, o sujeito poético apela ao “Senhor” para
que, desfeito o império material conseguido através das navegações, contribua para a
verdadeira realização de Portugal – o império espiritual (Quinto Império).
....
Gramática
1. a. e e.
2.1. “Quem te sagrou” – oração subordinada substantiva relativa “criou-te português” –
oração subordinante.
2.2. Predicativo do complemento direto.
3. Verso 1 – Situação genérica; verso 11 – valor perfetivo.
(Manual Português EP, Porto Editora)
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